Água limpa na torneira, sem tratamento
Herton Escobar e Camila Viegas-Lee, enviados especiais
FONTE: Estadao.com.br
Um dos exemplos mais bem-sucedidos de planejamento de Nova York é o da preservação de mananciais. A metrópole não tem uma única estação de tratamento. A água que sai das torneiras chega direto das Montanhas Catskills, a 200 quilômetros da cidade. Recebe só uma injeção de cloro, para cumprir a legislação, e uma pitada de flúor, para fortalecer os dentes. Nos restaurantes, quando o cliente pede água, é comum o garçom perguntar: "Bottle or tap?", "Garrafa ou torneira?" A qualidade é a mesma, mas a da torneira é de graça.
A receita secreta é conservação. Nos anos 1990, quando a expansão urbana pôs em risco a qualidade da água, Nova York se viu diante de duas opções: construir estações de tratamento ou proteger represas da poluição. Optou pela segunda. Comprou terras no entorno dos mananciais e financiou programas de boas práticas agrícolas. "Preferimos manter a água limpa em vez de limpá-la", diz Kathryn Garcia, diretora de Projetos Estratégicos do Departamento de Proteção Ambiental. Desde 1997, Nova York investiu R$ 410 milhões na compra de 176 mil km quadrados de terra. A água é distribuída por dois túneis, inaugurados em 1917 e 1936.
O mais antigo terá de ser desativado, para manutenção. Por isso, o Plano NYC prevê a conclusão do Túnel 3. Iniciado em 1970, ele consumirá mais de R$ 9,8 bilhões até a entrega, marcada para 2012. O Túnel 3, de 96,5 km de extensão, corre a até 800 metros de profundidade.
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